Contracepção de emergência, método que pode evitar uma gravidez indesejada, está sendo utilizada de forma inadequada por adolescentes.Após uma relação sexual desprotegida (quando nenhum método anticoncepcional foi utilizado) ou quando o preservativo rompeu ou ainda se a mulher esqueceu de tomar o anticoncepcional por mais de dois dias seguidos, uma maneira eficaz de prevenir uma gravidez é utilizar a anticoncepção de emergência.Este método tem diminuído o número de abortos provocados, pois evita a gravidez não planejada e os adolescentes com vida sexual ativa devem ser esclarecidos sobre o método.A pílula de emergência consiste na ingestão do hormônio levonorgestrel logo após a relação sexual, evitando a fecundação do óvulo pelo espermatozóide ou a implantação do óvulo na parede uterina. Pode ter efeito até 5 dias após a relação, mas quanto antes maior a eficácia. Existem no mercado dois tipos: com um e dois comprimidos (neste caso eles devem ser ingeridos juntos, de uma só vez, ao contrário do que se indicava anteriormente de ingerir um logo que possível e o outro 12 horas após o primeiro).Os comprimidos podem ser adquiridos em qualquer farmácia (sem receita médica), em alguns postos de saúde e nas Farmácias Populares (com receita). O custo varia entre 10 e 25 reais. Não é considerado um método abortivo segundo critérios científicos e se houver falha (ou seja, quando mesmo com o uso ocorre a gravidez), não há riscos de complicações para o bebê ou a mãe.O problema que está sendo constatado é uso abusivo deste método por adolescentes, com duas principais conseqüências: riscos para a saúde e exposição à doenças sexualmente transmissíveis.Como a dose de hormônio é elevada (os efeitos colaterais incluem náuseas, vômitos, tonturas, cefaléia) o uso frequente pode causar irregularidade menstrual e, segundo autores, aumentar a possibilidade da mulher vir a ter câncer de mama ou útero.E a facilidade de acesso e uso (o que é positivo) tem proporcionado a sensação de segurança e o abandono do uso do preservativo, aumentando a possibilidade de contaminação por diversas doenças, incluindo a Aids.Os adolescentes devem ser esclarecidos sobre o uso correto dos métodos anticoncepcionais disponíveis e que a pílula de emergência deve ser utilizada eventualmente em situações realmente necessárias e não como substituto dos métodos tradicionais e do uso de preservativo.
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