O recesso parlamentar começa no próximo dia 18, mas esta deve ser a última semana de votações no Congresso Nacional.
Eestá prevista para esta quarta-feira (11) uma sessão de deputados e de senadores para votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2019. A proposta estabelece as metas e prioridades econômicas para o ano que vem.
Os partidos fecharam um acordo para votar o relatório da LDO na Comissão Mista de Orçamento na manhã de quarta e, no mesmo dia, votar a proposta no plenário.
Se aprovado, o projeto seguirá para sanção presidencial e, conforme prevê a Constituição, deputados e senadores poderão tirar o recesso oficialmente.
Caso contrário, é colocado em prática o chamado “recesso branco”, no qual as atividades, em tese, continuam, mas não são agendadas sessões de votação.
Proibição a reajustes
Sob a justificativa de que é preciso combater o desequilíbrio fiscal, o relator da LDO, senador Dalírio Beber (PSDB-SC), propôs, entre outros pontos, proibir reajuste para servidores em 2019 e a criação de novos cargos.
Segundo o relator, o parecer visa entregar ao próximo presidente da República, que tomará posse em janeiro de 2019, um cenário fiscal menos desfavorável.
“Não queremos ampliar o quadro de obrigações para o futuro governante”, afirma.
Liberação de créditos
Na sessão do Congresso, os parlamentares também podem analisar um projeto que libera R$ 991 milhões para os ministérios da Saúde, da Integração Nacional e do Esporte.
Os recursos têm origem no cancelamento de despesas de outros setores. A maior parte do dinheiro – cerca de R$ 530 milhões – sairá do Ministério dos Transportes.
Também pode ser votada uma proposta que libera R$ 40,8 milhões para a construção e o aprimoramento de uma penitenciária federal no município de Itaquitinga (PE).
O dinheiro, do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), é oriundo do cancelamento de projetos que previam a construção de outras duas penitenciárias federais, uma em Iranduba (AM) e outra, em Montes Claros (MG).
Senadores reunidos em plenário (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)
Senado
O Senado deve fazer a última sessão de votação na próxima terça-feira (10). Inicialmente, a sessão havia sido anunciada para quarta-feira, caso o Brasil avançasse às semifinais da Copa do Mundo.
Como o Brasil foi eliminado, após derrota para a Bélgica na última sexta-feira (6), o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), antecipou os trabalhos para terça.
A pauta de terça-feira prevê um projeto cujo objetivo é restabelecer benefício fiscal ao setor do refrigerantes.
A proposta suspende o decreto presidencial que reduziu crédito que havia no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos chamados “concentrados” para refrigerantes.
O decreto, assinado pelo presidente Michel Temer fez parte das medidas tomadas pelo governo para viabilizar a redução do preço do diesel – como parte do acordo firmado pelo governo com caminhoneiros para colocar fim à greve da categoria.
Também está na pauta um projeto que permite o retorno, ao Supersimples, de empresas que foram excluídas desse regime diferenciado em janeiro deste ano em razão de dívidas tributárias.
Divulgação da lista de beneficiários de isenções fiscais e acordos internacionais também estão na pauta de votações. Outros projetos podem ser incluídos.
Deputados reunidos no plenário da Câmara (Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)
Câmara
Os líderes partidários fecharam um acordo para votar nesta semana ao menos cinco medidas provisórias (MPs).
Entre essas MPs está a que estabelece os preços mínimos para o frete. A MP é fruto de acordo entre o governo e caminhoneiros para encerrar a greve da categoria.
A proposta foi aprovada na comissão mista, mas precisa do aval da Câmara e do Senado antes de seguir para a sanção.
Entre outros temas, consta da pauta da Câmara a conclusão da votação do projeto que permite a venda de distribuidoras de energiacontroladas pela Eletrobras.
Os deputados Celso Jacob (esq.) e João Rodrigues (dir.) (Foto: Alex Ferreira e Antonio Augusto/Câmara dos Deputados)
Conselho de Ética
O Conselho de Ética da Câmara deve analisar também nesta quarta os processos relacionados aos deputados Celso Jacob (MDB-RJ) e João Rodrigues (PSD-SC).
Condenados pela Justiça, Jacob e Rodrigues chegaram a ser presos, mas atualmente estão autorizados a exercer o mandato parlamentar na Câmara.
Os processos no Conselho de Ética foram abertos para apurar suposta quebra de decoro por parte dos deputados e podem levar à cassação dos mandatos de Celso Jacob e de João Rodrigues.