Mais de 30 policiais estão nas ruas para cumprir 15 mandados judiciais, sendo cinco de prisão preventiva e outros 10 de busca e apreensão. A operação, que conta com o apoio da Polícia Militar e da Polícia Científica, tem como alvos empresários do setor de transporte público escolar, um vereador e pessoas apontadas como “laranjas” no esquema criminoso.
A Divisão de Combate à Corrupção está cumprindo ainda mandados judiciais na Procuradoria geral do município de Foz do Iguaçu e na Prefeitura de São Miguel do Iguaçu, assim como na Câmara de Vereadores de São Miguel do Iguaçu, além de residência e empresas dos investigados.
A investigação é do núcleo de Foz do Iguaçu da Divisão de Combate à Corrupção e iniciou-se a partir de denúncias de moradores da cidade de São Miguel do Iguaçu, que fica a 45 quilômetros de Foz do Iguaçu, em que afirmavam haver indícios de irregularidades na quilometragem contratada no serviço de transporte escolar do Município.
Em tese, a quilometragem contratada por trecho seria maior do que a quilometragem real de cada trecho, o que sugere um superfaturamento em função de quilometragem inexistente. De acordo com a investigação, estima-se que 40% da quilometragem contratada pela prefeitura não é percorrida diariamente pelos veículos, o que representaria cerca de R$ 1,4 milhão de prejuízo aos cofres públicos.
O homem apontado como chefe do esquema criminoso é um empresário já denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) no âmbito da Operação Nipoti que é um desmembramento da Operação Pecúlio, deflagrada pela Polícia Federal. Ele é funcionário da Prefeitura de Foz do Iguaçu.
Observou-se que o “empresário” opera com duas empresas em São Miguel do Iguaçu tendo como “proprietários” o próprio irmão e a enteada de 19 anos. Estas duas empresas venceram 19 lotes da licitação em São Miguel do Iguaçu que previa o serviço de transporte público escolar na cidade. A licitação era no valor de R$ 3,3 milhão, mas já ouve um aditivo que elevou o custo para mais de R$ 4 milhões.
A Divisão de Combate à Corrupção suspeita que as duas empresas sejam controladas de forma oculta pelo mesmo empresário – o que já é considerado crime de fraude em licitação pública, além da questão do superfaturamento.
Pouco antes da licitação, de acordo com a investigação, o empresário adquire duas empresas: uma fica no nome do irmão, que é um motorista, e a outra no da enteada, que na época tinha 18 anos, e trabalhava como monitora de alunos em Foz do Iguaçu.
O que chamou a atenção dos investigadores é que em menos de um mês, a enteada do investigado injeta R$ 350 mil em dinheiro na empresa recém adquirida – montante incompatível com o trabalho. O carro utilizado pelo empresário, uma BMW de luxo, está em nome da empresa controlada pela enteada.
Fonte: MassaNews com colaboração Assessoria de Imprensa Sesp.