O chefe do Executivo espanhol, Pedro Sánchez, reivindicou nesta quinta-feira generosidade ao presidente catalão, Quim Torra, para iniciar um diálogo sobre o que une os dois governos, que são as questões que preocupam os cidadãos, e não das divergências.
Em entrevista coletiva em Bruxelas, após participar da cúpula da Otan, Sánchez foi perguntado pela reunião de segunda-feira com Torra e pelo fato de que o presidente da Generalitat seguir insistindo em que é preciso realizar um referendo de autodeterminação.
Sánchez insistiu na necessidade de o Governo espanhol e o Governo catalão se ocuparem de temas que preocupam os cidadãos, independentemente do voto. “Se começarmos a falar do que nos une, podemos encarar as coisas que nos separam de uma maneira muito mais construtiva”, disse.
Esse diálogo poderá se materializar na Comissão Bilateral entre o Estado e a Generalitat, que ocorrerá antes de agosto e na qual será falado de infraestruturas, do Corredor Mediterrâneo, das transferências pendentes e dos recursos de inconstitucionalidade a leis sociais.
Por isso, Sánchez acredita que a Generalitat e Torra entendam a importância de abordar a crise “de maneira generosa” e não falando primeiro das divergências, mas das coincidências.
Para Sánchez, o encontro com Torra serve de “ponto inicial” para tentar resolver a crise, algo que será “complexo e difícil” e que não poderá ser solucionada “em um mês, nem em dois e nem em cinco”.
Uma crise “que cresceu nos últimos dez anos” e que ninguém espera que seja solucionada “em questão de meses”, acrescentou, mas sim iniciar um diálogo para saber exatamente até onde se pode chegar.
Sánchez apontou que ele e Torra falaram “de muitas coisas” e que enquanto o presidente catalão é partidário da autodeterminação, ele defende o autogoverno.
E está convencido de que “a melhor maneira de reconhecer a Catalunha é dentro de uma Espanha democrática, constitucional, europeia” como a que existe há 40 anos graças à Constituição.
De fato, considerou que dentro do texto constitucional é possível encontrar “muitos caminhos” que resolvam “no campo político esta crise política”.
Fonte: efe