O contrato de limpeza urbana da cidade de Fundão foi alvo de discurso do deputado Enivaldo dos Anjos (PSD) durante a sessão parlamentar desta terça-feira (15). Segundo o deputado, a empresa Fortaleza Ambiental estaria superfaturando os serviços prestados na cidade, com o conhecimento da gestão atual.
“Não sabemos como um partido como o PCdoB, que regula os seus filiados a terem um comportamento de acordo com a lógica e com a ética, pode permitir que o prefeito mantenha contato com a empresa que claramente são mostrados dados que ela está superfaturando, cobrando serviços que não são prestados, uma empresa chamada Fortaleza”, discursou Enivaldo sobre atual prefeito de Fundão, Eleazar Ferreira Lopes (PCdoB).
Uma denúncia formal entregue em fevereiro ao Ministério Público de Contas contabiliza R$ 4,6 milhões em prejuízo aos cofres da cidade, resultado de falsas medições nos serviços feitos pela empresa. Realizada pela Câmara Municipal de Fundão, a denúncia tem base em uma auditoria interna da própria Câmara e estaria sendo negligenciada, segundo Enivaldo dos Anjos.
“Essa denúncia também já foi apresentada desde julho ao Tribunal de Contas, à Procuradoria-Geral do Tribunal de Contas, que também não tomou nenhuma providência até o momento. Sabemos que a obrigação do MP de Contas é responder imediatamente essas denúncias”, afirmou.
Como medida imediata para combater o caso, Enivaldo encaminhou ofício à Procuradoria de Justiça e ao Tribunal de Contas do Estado pedindo providências para andamento da denúncia. “Vou pedir ao juiz, ao presidente do TRE, que mantenha uma vigilância muito bem feita em Fundão, porque tanto o juiz de Fundão como o promotor são suspeitos para conduzir esse processo”, disse.
Caixa 2
Para Enivaldo, as irregularidades no contrato, além de favorecerem a empresa Fortaleza, serviriam para patrocinar as eleições municipais extemporâneas de Fundão, marcadas para acontecer em outubro: “Não é possível que se faça caixa dois para ser utilizado na eleição extraordinária, que vai ter dia 1 de outubro, em Fundão”.
“Essa empresa, recebendo mais de R$ 500 mil por ano ou por semestre de superfaturamento, está combinada para patrocinar a eleição do município de Fundão, para lideranças que não têm voto, mas que querem, através do dinheiro, fazer com que o processo seja realizado à custa do dinheiro público”, disparou.